Os outros.

Já conheci muita genteGostei de alguns garotosMas depois de vocêOs outros são os outros

Como dói escrever isso e suportar a pausa da minha respiração enquanto as lágrimas umedecem minha íris. Diz, para onde vão essas lágrimas que insistem em não escorrer pelo rosto? Tenho medo desses sentimentos contidos. Não é proposital. E eles sempre aparecem de uma forma ou de outra no meu corpo. Aqui estou: febril, garganta fechada. A dor que se alastra lentamente em meu corpo imita essa dor que há tanto tempo incomodava o meu coração. Não era uma dor propriamente dita. Um mal estar, assim. Agora dói. Ai.

Procuro evitar comparações

Entre flores e declarações

Eu tento te esquecer

Gosto de pensar em quão perfeita é minha mente, limitando até onde vão os pensamentos e lembranças que ainda tenho de você. E as enésimas análises que fiz das suas atitudes, das minhas, os porquês. Isso eu não consigo mais, não sei explicar o que acontece. Sei que foi assim. Acabou e todo mundo sabe que foi melhor assim. E que você nunca mereceu esse amor que eu tinha guardado só pra você.

A minha vida continua

Mas é certo que eu seria sempre sua
Quem pode me entender?

A febre ta passando com o efeito do remédio e com o fato de eu estar escrevendo isso tudo agora. É, droga. Eu prometi que não escreveria sobre você. Escrevia tanto pra você que perdi as contas de quantas noites perdi fazendo isso. E não eram apenas cartas bregas de amor. Era o meu sentimento exposto como sempre é quando eu escrevo. E você quase sempre ignorava isso. Não escrevo sobre e para qualquer pessoa, e isso eu aprendi com você.

Eu tenho mil amigos mas você foi

O meu melhor namorado

Eu não sinto saudades e nem acho que nunca mais conseguirei amar de novo, mas de tempos em tempos esse sentimento sem nome me fragiliza. Apesar de me sentir incomodada com essa cicatriz eu não tenho mais vontade de não tê-la, como antes. Pode ser que tudo isso aconteça porque nenhuma outra pessoa chegou perto de ocupar esse lugar que era só seu e agora está vazio no meu coração. E não é carência também. É o resultado de ter notícias de você depois de tanto tempo. Deve ser. Uma impotência talvez, por não saber como cortar esse elo. “Mãos se desprendem facilmente, mas elos serão sempre elos.”

Eu não consigo achar normal

Meninas do seu lado

Eu sei que não merecem mais que um cinema

Com meu melhor namorado

Sempre. Mas cortei o cabelo que você tanto gostava, amor... E estou me sentindo muito bem sem ele. Você não deve mais lembrar da cor dos meus olhos nem o meu cheiro... Nem de quando dizia que queria me levar pra conhecer muitos lugares só pra ver meu rosto espantado com todas essas coisas estranhas e lindas do mundo. 'De quem é esse sorrisinho, minha buxexudinha?' Nem seu, nem de ninguém. E eu não sei mais quem é a princesa mais linda de todas as princesas do mundo. Nós não vamos mais ter aquele filho e eu estou chegando tarde do trabalho todos os dias e você não me liga pra saber se cheguei bem. Mas eu sempre chego. Sempre.

São tantas noites em restaurantes

Amores sem ciúmes

Eu sei bem mais do que antes

Sobre mãos, bocas e perfumes

Talvez esteja até acostumada a viver sozinha. Não sofri mais depois de você, e isso até me surpreende levando em conta o fato de eu ser estupidamente sensível. Distraída, um dia desses, quase me apaixonei de novo. Foi por pouco. Mas as coisas não eram tão claras como pareciam e até agradeço a boa vontade que ele teve de não me enganar, como você fez. Ou melhor, se enganar não é?

A minha vida continua

Mas é certo que eu seria sempre sua

Quem pode me entender?

Engole o seu remorso agora se é que você já consegue, que é o mesmo que o outro vai fazer logo, logo. Minha febre já passou e eu não quero mais falar sobre isso. Quem perde é você, você, você e você também. Quer saber? Menos um pra encher meu maldito saco.

Depois de você, os outros são os outros e só.


p.s.: Se continuar assim eu prometo que mudo o nome do meu blog para ‘agressividade’.